terça-feira, 12 de março de 2013

ENTREVISTA DE HAYLEY À HELLO GIGGLES

O site entrevistou Hayley por telefone, confira:

"Não é divertido: Uma entrevista com Hayley Williams, do Paramore

Eu vou parar de me esconder e falar de uma vez: Eu sou só um pouquinho obcecada com a vocalista do Paramore, Hayley Williams - que aliás, se você já ouviu a voz dela, é completamente compreensivel. Eu sempre quis entrar dentro da cabeça dela, descobrir o que a deixa empolgada e a inspira a escrever músicas tão intensamente energéticas, algumas vezes muito tristes, e sempre incríveis com seus parceiros de banda Taylor York e Jeremy Davis. Mas parecia um sonho distante, especialmente durante o hiatus do grupo que veio depois do lançamento do álbum Brand New Eyes alguns anos depois.

De qualquer forma, eu finalmente consegui uma chance semana passada, quan Hayley e eu colocamos nossas calças de moletom mais confortáveis e tivemos uma agradável conversa pelo telefone sobre música, sua nova parceria com a MAC e tudo mais. O que eu vi foi uma mulher que é confiante, de pés no chão e incrivelmente agradecida por tudo que ela alcançou e a mudança que a permite afetar os seus muitos fãs. Eu não posso falar coisas maravilhosas o suficiente sobre ela - ela merece cada coisa boa que entre no seu caminho.

398860_623482804344925_1113065276_n_large

A música no novo álbum intitulado parece realmente animadora, especialmente comparada com o Brand New Eyes, que foi realmente bom mas foi um álbum pesado - foi um processo natural ou uma partida consciente?

H: Foi totalmente uma coisa que só aconteceu, mas ao mesmo tempo, eu realmente queria focar em, sei lá, não tocar na mesma tecla. Brand New Eyes foi um álbum muito difícil pra eu escrever e eu não queria repetir a história. Foi só um álbum divertido ("Paramore") de fazer, então eu estou muito feliz que você sinta isso. Foi assim que eu me senti gravando ele!

"Ain't It Fun" é provavelmente o meu favorito até agora e eu realmente adorei o coral gospel - é inesperado mas ainda assim parece encaixar. Como isso aconteceu? Você gosta do estilo gospel?

H: Eu amo tanto o estilo gospel. Eu cresci no Mississippi e entrei e sai de várias igrejas, então, eu não sei, a coisa mais próxima que eu consigo disso agora é um filme do Tyler Perry. Eu me sinto muito conectada ao gospel e quando Taylor e eu estávamos escrevendo essa música, eu tinha passado três semanas em Los Angeles antes de fazer esse álbum e eu me peguei sentindo pena de mim mesma, o que é estúpido. Eu estava nesse dilema da minha vida: Ou eu vou pra casa e vivo aquela mesma vida de antes onde eu me sentia totalmente miserável ou eu vou experimentar uma coisa nova e sair da minha zona de conforto? Foi tipo uma carta pra mim mesma pra eu parar de lamentar. Eu escrevi aquela parte com o Taylor e disse "O que nós vamos fazer pra levar isso pro próximo passo?" Nós ficamos aumentando nossas vozes um monte de vezes pra tirar sarro de nós mesmos, como se a gente fosse um coral gospel, e seis meses depois, nós realmente estávamos no estúdio com um coral.  Esse foi o melhor exemplo de como pra esse álbum, nós fizemos as coisas sem ligar para as regras. Nós fizemos o que nós achamos que podia funcionar, e quando nós seguimos aquela inspiração, isso sempre acabava dando certo, se transformando em algo que nós amamos.

Tumblr_mjk4bio8zq1r6qcryo2_500_large


Existe algum conceito global pra esse álbum ou é apenas um pouquinho de cada coisa?

H: Tipo, é um bom equilibrio entre não saber realmente o que diabos nós estávamos fazendo e ao mesmo tempo, ser a melhor versão do Paramore que nós poderiamos ser. Se tivesse que ter um tema, seria que a gente só queria crescer e essa era a primeira vez que nós realmente tinhamos um lugar para ter mentes abertas pra fazer isso. É incrivel como você pode ser seu próprio inimigo e pelos últimos seis anos, especialmente pelo processo do Brand New Eyes, nós éramos nossos próprios piores inimigos e nós conseguimos sair sozinhos disso para esse album.

Você passou por bons bocados quando os irmãos Farro deixaram a banda. Eu não quero falar disso, mas ao invés, você poderia contar como vocês mesmos se mantiveram de pé como banda e conseguiram se reconstruir e reinventar vocês mesmos com sucesso?

H: Os primeiros meses depois disso, especialmente quando a imprensa ficou sabendo da história e dos posts do blog e tudo aquilo, foi um pesadelo. Eu não podia sair da minha casa em Franklin sem ver milhões de pessoas que eu conhecia que pensavam que sabiam da história mais do que eu. Foi um saco - não teve nada de divertido nessa parte das nossas vidas. Nós precisamos, de novo, aprender como conseguir sair dessa sozinhos, e quando nós conseguimos, não tinha razões pra guardar rancor ou ficar puto da cara. Você sempre pode pensar em algo por um tempo suficiente pra meio que fazer desaparecer o ressentimento. Eu acho que isso se tornou a minha jornada - o processo de deixar as coisas irem embora e ficar de boa com onde eu estou neste momento. É tipo estar em um relacionamento, cara termina com você e você fica muito brava e ressentida mesmo quando você está em um novo relacionamento. Não tem sentido - você deve apenas seguir em frente com sua vida. Nós só queremos ser quem nós somos, sem desculpas.

Vocês tem algum processo, como banda, pra fazer as músicas?

H: Costumava ser uma coisa pronta. Taylor e Jeremy terminariam a música do começo ao fim, depois dariam pra mim, eu escutaria e colocaria os vocais. Agora é mais um processo colaborativo. A primeira metade do álbum, bom, as fases iniciais de escrevê-lo, nós fomos pra LA e o processo mudou. Eles faziam os riffs e depois davam pra mim. A gente não conseguiu pensar numa fórmula pra esse álbum e foi isso que o fez tão divertido de fazer. Paramore transformou isso numa ciência, o jeito que nós escrevemos esse álbum. Com o Brand New Eyes, nós fomos pro estúdio com apenas quatro músicas terminadas mas nós sabiamos  que a gente ia fazer tudo porque era um processo previsivel. Não foi assim dessa vez, e isso foi animador - e terrivel. Você está constantemente roendo as unhas e se perguntando o que vai acontecer, mas algumas vezes dá tudo certo.

Você tem alguma música favorita no novo álbum?

H: Eu estou animada pra tocar "Ain't it fun" ao vivo porque tem muitas partes divertidas dela. Eu acho que a gente faz isso em todos os álbuns, mas tem um monte de partes que nós escrevemos com nossos fãs na cabeça. Até pra "Fast In My Car", que é a primeir música (do álbum), eu estou animada, porque tem algumas batidinhas em músicas anteriories e coisas que nós fizemos, e eu estou louca pros fãs ouvirem.

Eu já assisti vocês ao vivo e a energia em seus shows e a camaradagem entre os fãs é indescritivel, nada parecido com coisas que eu vivi em outros shows. De onde vem isso?

H: Nós crescemos assistindo um monte de bandas pesadas tocando, e nós tocamos em um monte de festivais, como a Warped Tour, e é dai que eu acho que vem o sentimento que os fãs sentem em nossos shows. É a minha coisa favorita sobre estar nessa banda - nós temos algo tão especial quando fazemos turnê e tocamos pros nossos fãs, e eu não sei - eu não sinto isso sempre quando eu vou ver outra banda, então eu realmente me sinto sortuda e abençoada por tudo isso. Eu acho que nós captamos isso vendo nossas bandas favoritas tocarem, tipo mewithoutYou, Underoath... a gente viu como eles interagem com os fãs e os seus niveis de energia. Era isso que a gente queria imitar - não era sobre vender tantos ingressos ou fazendo tanto de dinheiro, é sobre conectar com as pessoas.



Não há muitas mulheres liderando bandas de rock por ai, mesmo agora, quem já experimentou o seu nivel de sucesso. Você já se incomodou com ser uma garota em uma banda de rock ou é algo que nunca foi um problema pra você?

H: Quando eu era mais nova e comecei a banda, eu não via nenhum problema e nunca entendi porque as pessoas faziam disso uma coisa tão grande. Eu pensava "As pessoas estão tirando com a minha cara sempre que dizem que eu sou uma garota?" Eu não conseguia entender essa situação, mas agora que eu sou mais velha, eu percebo como é raro pra garotas sairem da "garagem" para uma banda de rock ou punk ou qualquer que seja o estilo, até mesmo pro pop. É louco pensar que nós estamos em 2013  e as pessoas ainda fazem uma careta quando veêm uma menina no palco, tanto com outros garotas quanto com uma banda de meninos. Eu definitivamente agora, mais do que nunca, abraço o fato de que eu sou uma mulher no palco. Sim, nós vamos tocar em festivais de metal e shows de radios, mas nós vamos nos encaixar qualquer que seja a situação. 

Eu gosto do desafio, de qualquer forma. Eu gosto de ser uma oprimida e de provar o contrário pras pessoas. Talvez nós tenhamos aberto o caminho pra bandas com garotas, talvez não, mas tudo bem. Eu ainda me sinto muito poderosa. Nós temos garotas bem jovens como fãs e eu espero que elas escutem nossa música e sintam um senso de "Eu posso fazer isso. Eu posso fazer o que eu quiser contanto que eu não escute as vozes que querem me deixar pra baixo." Eu acho que você deve se manter fiel ao caminho que você quiser seguir. Eu sempre girei ao redor da música, e eu me sinto sortuda por nós termos conseguido derrubar todas as paredes que ficavam no nosso caminho.

Você acha que a falta de inibição - a habilidade de ignorar um pouco da misoginia - funcionou a seu favor em tão pouca idade?

H: Talvez! Tipo, eu acho que a ignorância pode ser uma alegria, e sendo tão jovem em uma turnê e não ter feito tanta coisa, por exemplo - a primeira coisa que nós fizemos foi a Warped (Tour), e como crianças, é como ser jogado aos lobos. Como menina, você não sabe porque as pessoas estão te olhando: se eles são pervertidos ou se é porque eles gostam da banda. Tem tanta coisa que as mulheres tem que pensar e os homens não. Agora que eu tenho 24 anos, eu olho pra todos esses sentimentos e penso sobre isso. Como uma menina de 16, era tipo, "me deixa entrar na van, colocar um pouco de pó no rosto e fazer um show". Era tipo jogar basket depois da escola, mas eu prefiro muito mais a consciência que eu tenho agora. Eu espero que, qualquer coisa que eu faça, se eu fizer alguma coisa nessa vida, essa coisa cause um impacto em alguém, especialmente meninas mais novas, de alguma forma. Eu tenho duas irmãs mais novas então eu penso muito nisso. Eu espero que as pessoas e meninas mais jovens se sintam poderosas com as coisas que o Paramore faça em qualquer momento.

Você está fazendo um ótimo trabalho com isso.

H: Obrigada! Isso é realmente muito encorajador.

Você pode falar sobre a sua nova coleção de maquiagem da MAC?

H: Eu recebi uma ligação do nosso agente, e ele disse que eles estavam interessados, o que foi totalmente inesperado pra mim. Eu nunca vi isso acontecendo, então eu estava realmente animada. Quando nós lançamos RIOT!, foi ai que eu comecei a pensar no que eu ia vestir e foi ai que eu comecei a  me preocupar com minha aparência. Eu pensei em alguns designs e comecei a prestar atenção em mulheres tipo Siouxsie Sioux e Debbie Harry, que tinham seus estilos, e eu queria meu próprio estilo. Mesmo que eu tenha acabado "arrancando" os cabelos da Cyndi Lauper, eu encontrei o meu caminho na maquiagem. Eu não sou uma grande artista de make-ups, mas eu estou feliz que a MAC tenha confiado em mim pra isso. Eles não me falaram pra montar maquiagens com cores bonitinhas, eles me disseram pra fazer o que eu queria, o que foi muito legal.

Nem todo mundo pode pensar em batom laranja!

H: Mas é um laranja muito bonito! Eu sei que muita gente pensa que não poderia usar uma cor dessas, mas eu gosto muito do batom laranja em peles bem escuras. Minha pele é tipo um pedaço de papel branco, mas eu consigo fazer isso parecer bom.

Certo, só mais uma coisa. Você sempre está falando no Twitter sobre assistir TV e fazer comidas legais. É assim que você gosta de passar o seu tempo livre?

H: Agora, literalmente, eu estou sentada na minha poltrona favorita, e tem lareira, e TV, e isso é tudo que eu preciso. Eu estou com calças de moletom e estou muito confortável. Este é tipo o dia perfeito pra mim. Eu passo muito mais tempo em Los Angeles agora porque meu namorado mora aqui e eu tenho alguns amigos na volta, então quando eu estou aqui, é legal - Eu acho que muita gente em casa pensa que eu estou vivendo uma fantasia hollywoodiana mas eu não tenho idéia do que isso significa. Eu fico em casa, no sofá, e eu faço comida ou pipoca, e essa é minha vida. É tão bom.

Eu concordo totalmente e eu espero que você consiga fazer mais disso antes que as coisas fiquem agitadas com o novo álbum e turnê. Muito obrigada por fazer isso - Eu queria falar com você já faz um tempo e mal posso esperar para vê-la em abril!

H: Não, obrigada você! Como eu disse, eu sou muito fã do HelloGiggles e eu amo o site, então é muito bom falar com você.

Nenhum comentário:

Postar um comentário